Num certo dia de inverno, no norte da Europa, um pobre camponês chamado
Austin saiu para procurar emprego e comida, pois as suas reservas tinham
acabado e os trabalhos eram escassos. Ao circular por uma região comercial, um
padeiro chamado Bud, comovido com a atual situação do solitário homem, decidiu
ajudá-lo. Deu emprego, comida e amizade.
Anos se passaram, a região entrou numa preocupante crise financeira e o padeiro
precisou cessar as suas atividades. Cada um seguiu o seu rumo, o comerciante
foi trabalhar numa farmácia de um primo e o rapaz decidiu se mudar para o Sul
da Europa, na casa da Anna, sua avó materna. A elegante mulher morava sozinha,
já que no ano anterior o seu companheiro durante inúmeros anos faleceu de
complicações renais. O homem era um virtuoso empreendedor, ao longo dos anos
acumulou muita riqueza.
Quando chegou à residência da sua avó, deu de cara com uma senhora educada, cheia de
vida e generosa. Um quarto arrumado e cheiroso estava a
sua espera. Era tudo o que ele nunca tinha tido. Nesse momento, a alegria tomou
conta do seu coração. Família, casa, carinho, coisas que frequentemente
sonhava, estavam bem a sua frente.
Após alguns dias, já acostumado com a rotina da sorridente senhora, Austin
resolveu que era o momento de procurar trabalho. Pensou por alguns momentos e
se deu conta que agora ele era um experiente padeiro, com um pouco de
conhecimento em confeitaria. Após algumas prosas com Anna, ela resolveu
ajudá-lo. Reformou uma antiga casa e no local abriu uma pequena padaria para o
neto. Esse foi apenas o primeiro passo para que ele tivesse condições de seguir
o seu rumo.
Dez anos depois, o homem já era proprietário de 12 padarias e 4 confeitarias. O
sucesso bateu a sua porta e entrou. Alcançou respeito e reconhecimento na sua
região. Tinha se casado há cinco anos com Claire, secretária do seu médico
pessoal, e ainda não tinha filhos. A sua avó estava forte e saudável, casa dia
mais orgulhosa do neto empreendedor. Tudo caminhava bem e a cada dia melhorava
mais.
Numa manhã, durante um passeio matinal com Dom, o seu cão amigo da raça boxer,
Austin se sentiu mal. Uma dor no peito o incomodava e respirava com
dificuldade. Pegou o caminho de volta e a uma quadra da sua casa, no momento em
que a avistou, ajoelhou e enfraquecido se deitou. Percebeu que tinha
apenas alguns segundos de vida. Em vez de desespero, o que o tomou foi a
felicidade, pois tudo o que ele tinha vivido foi com intensidade e honestidade.
Agradeceu e se foi. O funeral durou dois dias. Muitos colegas e amigos
apareceram para a despedida. As palmas demonstraram o grande respeito que todos
tinham por ele. Foi emocionante, foi lindo, foi único.
Após o funeral, já na casa de Austin e Claire, foi lido o testamento, como era
o costume. Para a surpresa de alguns, não dos mais próximos, ele deixou metade
de todos os seus bens para Bud, seu amigo, irmão, o padeiro que lhe amparou e
que por muito tempo foi a sua família, a sua única esperança. O testamento dizia: “Metade dos meus bens deixo para Bud, estou feliz por isso.
Sou grato”.
Daniel Stoque Pecin
Na maioria das vezes, ficamos impressionados com esse tipo de conduta, pois atualmente essa não é a regra, infelizmente. É necessário lembrarmos que a recompensa está presente em todos os nossos atos, bons ou ruins e que colhemos apenas o que plantamos. Sendo assim, teremos muitas escolhas ainda pela frente, que poderá mudar tudo o que virá. Qual será a sua?
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